Tatuador e cliente precisam trabalhar juntos, em harmonia. Afinal, ambos têm o mesmo objetivo: uma tatuagem esteticamente bem executada, com a maior segurança e controle de riscos.

Pode parecer meio óbvio, mas vamos começar pelo começo: uma tatuagem implica em ferir a pele. É um ferimento superficial, feito num ambiente super controlado e com todo cuidado com a biossegurança, mas ainda assim, uma lesão na pele. Partindo desse princípio já levantamos um ponto crucial: não dá pra se submeter a um procedimento assim negando os riscos e pensando que, em caso de uma complicação, apenas uma das partes será responsabilizada. Por complicação, leia-se se arrepender de uma tatuagem feita por impulso ou ter uma inflamação decorrente de não obedecer o repouso e recomendações do tatuador.

Podemos citar várias situações que repetidamente ocorrem num estúdio de tatuagem. Uma delas é a seguinte: o cliente quer cobrir uma tatuagem que não deu certo. Nesse cenário, talvez a frase mais dita é "o tatuador c*gou na minha tatuagem". E ainda que o profissional tenha errado sempre existe a questão "mas por que o cliente foi agente passivo no processo?". A pele é do cliente, é ele quem vai carregar além da tatuagem, o trauma de uma má experiência. Portanto há que se tomar a própria parcela de responsabilidade. Não é "jogando a culpa" no colo de alguém que a situação vai se resolver. 

Como proceder, então? Antes de mais nada, lendo cada palavra do termo de consentimento e entendendo as implicações de cada item ali tratado. Muitas pessoas dizem que o texto desanima, assusta, como se quisesse demover a pessoa da ideia de fazer uma tatuagem. E é aí que a chave vira: se as informações te fazem desistir de uma tatuagem, talvez seja o caso mesmo de repensar. Porque informação é tudo, e só sabendo de cada pormenor é que você estará pronto para ter uma arte definitiva na pele.